AUTO DE NATAL DO SERTÃO ANO VI
IN MEMORIAN
Leonard Cohen e o teto do abismo
Data: 11 nov 2016
Por: Jotabê Medeiros
Categorias: Beck, Belchior, Benjamin Folds, Gil Scott-Heron, Jack Kerouac, Jeff Buckley, Johnny Cash, Leonard Cohen, Lou Reed, Madeleine Peyroux, Moby, Nick Cave, Nina Simone, Pixies, R.E.M., Rodrigo Carneiro, Tom Waits, Walt Whitman, Win Butler
Leonard Cohen, Tom Waits, Gil Scott-Heron, Lou Reed, Johnny Cash: algumas vozes, na música popular, soam diferentes de outras, como se não existissem para preencher um espaço na canção, mas para usar a canção como um espaço de sua autoridade, tornando-a um território sagrado. Não só pela guturalidade, pela aparição tonitruante, pelo grave cerimonial, mas pela própria presença física da voz.
Dessas, a voz de Leonard Cohen tinha um terceiro condimento: ela parecia compreender e imantar-se de toda a ternura do mundo, mesmo quando era cáustica e inquisidora. Isso o tornou o poeta dos poetas, um ídolo para intérpretes de todos os quadrantes: quase todo mundo de relevo o gravou, de Jeff Buckley a Nina Simone, de Johnny Cash a R.E.M., de Nick Cave a Pixies, de Win Butler a Beck. Jeff Buckley, inclusive, provou em praça pública a tese da ressurreição do artista ao gravar “Hallellujah” (1984), de Cohen, que o celebrizou precocemente como uma voz trágica de sua geração.
Leonard Cohen, a despeito de seus mais de 80 anos, seguia sustentando com grande leveza e presença de espírito o título de grande mestre da poesia cantada universal. Quase todo mundo relevante gravou alguma música sua ou sofreu sua influência. “Meu bom Deus, não. A escuridão repentinamente passou a ser ainda mais escura. Que homem belo, que alma linda”, disse Moby.
Leonard Cohen foi alcoólatra e andou por diferentes drogas, com diversos resultados. Dedicou-se ao misticismo e a religiões díspares, com uma queda mais acentuada pelo zen-budismo. Nunca, em toda essa trajetória, alguém achará um Leonard Cohen de joelhos, na sarjeta. Parece que tinha um escudo defletor de misérias humanas. Lembrava-me um verso de Belchior: “Não quero contar vantagem, mas já passei fome com muita elegância”.
Quando lançou seu primeiro disco, Songs of Leonard Cohen, em 1967, aos 33 anos, o poeta canadense já tinha sido amigo de Jack Kerouac, vivido como um boêmio na ilha grega de Hydra, visitado Cuba durante a invasão da baía dos Porcos e publicado dois romances e quatro livros de poesia festejados pela crítica. Ele passou a fazer música como quem pega uma estrada nova desconhecida, mas estranhamente íntima.
Cohen publicaria poesia e prosa com o mesmo impacto com o qual fez música. Parecia que sempre tinha estado ali, mas iniciou já artista feito. Sua importância como literato era amplamente reconhecida, consagração que culminou com o prêmio Príncipe de Astúrias de Literatura na Espanha em 2011.
Um pouco seguidor da tradição iniciada lá no século 19 com Walt Whitman, Leonard Cohen roçava o céu da boca das profundezas com sua poesia e sua interpretação. Isso desafiava cantores e cantoras de todos os quadrantes a tentar alcançar o teto do seu abismo. Madeleine Peyroux fez bonito com uma interpretação magistral de “Dance Me to the End of Love” (1984). Aqui em São Paulo, Rodrigo Carneiro ainda vara as noites nos oferecendo uma das grandes traduções de Leonard Cohen que é possível tatear. As novas gerações sempre souberam quem ele era. “Garotos, tirem um momento para ouvir ‘Going Home’, de Leonard Cohen, quando vocês puderem”, escreveu Benjamin Folds no dia da morte de Cohen.
Às vezes, sob um manto de folk music, ele revigora uma tradição centenária. “Acho que rebusco algo. Não gosto de chamar isso de ideias. Acho que ideias são aquilo que se quer difundir. Ideias tendem a ser o lado direito das coisas: ecologia, vegetarianismo ou antiguerra. Tudo isso são ideias maravilhosas, mas eu gosto de trabalhar em uma canção até que esses slogans, tão maravilhosos quanto as ideias que querem promover, se dissolvam nas convicções profundas do coração. Nunca pretendi escrever uma canção didática. É só minha experiência. Tudo que ponho na canção é minha própria experiência”, disse.
Todos os discos de Leonard Cohen estão pontuados por suas cicatrizes, que são muitas. Não havia a possibilidade de um disco ruim dele. Alguém disse que sua morte era “um anjo voltando para casa”. Não me ocorre definição mais precisa.
Os Tempos Estão Mudando (FORA TEMER)

OUTUBRO PARA NADA ESQUECER
OUTUBRO para nada esquecer.
Jomard Muniz de Britto, jmb
Para sempre lembrar um dos filmes
clássicos da modernidade, pelo
nome revolucionário: EISENSTEIN.
Não esquecer e não ser esquecido.
Além da retórica de cumplicidades
entre amantes da sétima arte.
Nesse jogo de perde/ganha
sejamos todos iguais-desiguais pela
escritura de Rachel Rangel, R.R.
Entre literaturas, panfletos e
es qui Zo a ná li ses. Dentro e fora
das idolatrias e con-su-mis-mos.
Cultivando dúvidas permanentes.
Revisitando abismos.
Vavá Schön Paulino emergindo
na beleza de Floresta dos Navios e
dos cemitérios de João Cabral.
Por nós e vozes replicantes.
Crenças e desilusões entre
AQUARIUS realimentando
por Sonia Braga nossa
HISTÓRIA DA ETERNIDADE.
Tudo reinventado arte-em-processo.
Fora os abnegados pelo PODER.
Para não esquecer Paulo Freire
contaminado pelas UNIVERcidades.
Pelo sal de Salete van der Pöel
na Paraibarroca surpreendente.
INCERTEZAS dentro e fora
das Bienais em demasia.
Tudo pela montagem de atrações
entre closes e planos gerais, cortes
e transgressões de EISENSTEIN.
Para lembrar telas e tragédias.
Recife, 04 de outubro de 2016
atentadospoeticos@yahoo.com
O homem da paz e do bem foi chamado por Deus, neste domingo. José Ferreira Filho, Cazuza da Casa Sertânia, do dispensário, do Albergue ou simplesmente Cazuza, descansou em seu leito, na cidade de Sertânia. Durante sua vida, foi comerciante, religioso e Vicentino. Fez o bem a muita gente, trabalhou pelos pobres e crentes e colaborou com a Sociedade de São Vicente. Deixou seu exemplo de cidadão e pai de família.
Meus pêsames aos primos Mena, Raimundo Ferreira, Ana Amélia, André Ferreiras e demais familiares. Que Deus conforte a todos e dê a alma de Cazuza O Descanso Eterno, A Luz Perpétua e O Resplendor. Paz e bem.
eu aqui pensando que
1. sim, tá tudo ruim, mas somos oposição;
2. o discurso que tudo é culpa do PT (e das esquerdas) logo se esvazia;
3. dias piores virão, mas sempre estivemos em luta. não é preciso ter medo do que já conhecemos;
4. a história é cíclica;
5. por pior que sejam, todos esses golpes são didáticos; nossa hora vai chegar novamente e faremos melhor;
6. é preciso educar as pessoas. com paciência, como remadores dentro da barca que vão chegar ao seu destino, mas remando de costas pra ele, pra usar uma imagem de Kierkegaard. remar é nosso trabalho agora . e sim, devemos educar esses nossos oponentes, o taxista, o pobre de direita etc etc;
7. somos os bárbaros. isso nos dá uma série de vantagens;
8. a vida não é filme e o centro não é a periferia, mas precisamos tecer teias. sejamos aranhas também.
9. temos sangue dos Caeté e Tupinambá nas veias, sabemos fazer um banquete;
10. tá na hora de a onça beber água. sejamos ela.
assinado: Dona Onça Verunschk

NO ENCERRAMENTO GRANDE SHOW DO CANDEEIRO ENCANTADO
COM AMIGOS DO MOVIMENTO CULTURAL DE MONTEIRO...
COM MAURICIO (O GALO),NALVA, AIRTON E MANINHA O GRANDE SEU MOURA GRANDE INCENTIVADOR DA CULTURA E JULIERME GALINDO DIRETOR DA TRUPE AZIMUTE, QUE ENCERROU COM O ESPETÁCULO: ARUÁ: O BOI ENCANTADO, ALEM DE: CIBELLY,KONDA PEDRINHO,ADRIANA MAGALHÃES...
IV AMOSTRA DE TEATRO E DANÇA DO CARIRI "RANIEL QUINTANS"
CENAS DA APRESENTAÇÃO "REFLEXÕES DE UM PINTOR MALDITO"
TEXTO DE ZITO JR. ENCENAÇÃO: SAVIANO SILVA. PRODUÇÃO: LINDOMARCIO, MICHEL. AUGUSTINHO, VINICIUS, DIREÇÃO: FLÁVIO MAGALHÃES. REALIZAÇÃO:
CIA. PRIMEIRO TRAÇO.
MOSTRA DE ARTES GERALDO BARROS
Aberta temporada de Artes no SESC Arcoverde - Mostra de Artes Geraldo Barros,d e 22 de agosto à 2 de setembro, recheada de boas surpresas. Segunda 22 de agosto às 19h. Abertura das exposições: Geraldo Barros - Memória e Afetividades no foyer do Teatro Geraldo Barros, A Cidade e a Memória resultado visual do curso de Literatura ministrado por Thiago Henrique estará na Mini Galeria (segundo piso) e Infinito Olorun - Ilustrações de Marcelo Stuart. Venha conferir!
Micheliny Verunschk chega ao coração do inferno no seu segundo romance...
Por Fernanda Castello Branco
Depois do premiado Nossa Teresa –
Vida e Morte de uma Santa Suicida (2014),
ganhador do Prêmio São Paulo de Literatura 2015, Micheliny Verunschk chega ao
seu segundo romance.
Aqui, no Coração do Inferno – a
primeira parte de uma trilogia sobre um garoto serial killer – será
lançado dia 28 de julho, às 19h, na Patuscada,
em São Paulo, pela Patuá, mesma editora do livro anterior. “Numa das versões
que descartei, havia a narração sob três perspectivas. A dele, já adulto,
contando sua formação de assassino; esta, da menina falando sobre ele, preso na
casa dela; e a de alguém próximo a ele, um familiar, contando a genealogia de
tudo, aquilo que antecedeu o menino”, diz Micheliny. “Eliminei essa versão sob
três perspectivas por considerar que cada narrador possui força suficiente para
contar a própria história.”
Foto: Ivson Miranda
Na entrevista a
seguir, a escritora pernambucana contou para o Fala com Arte quando os outros
dois livros da trilogia serão publicados, como é o seu processo criativo e qual
é a sua relação com a prosa e a poesia.
Na orelha do livro, Maria Valéria Rezende cita que
ele começou a ser escrito há anos. Como foi esse processo? Você o deixou
quieto, precisou fazer isso, o que aconteceu?
Comecei a escrever esse livro logo depois que dei o meu primeiro romance, Nossa Teresa – Vida e Morte de uma Santa Suicida, por encerrado. O meu processo de escrita de prosa é um processo lento, porque retorno várias vezes ao que já foi escrito, tanto para cortar como para acrescentar coisas. É um trabalho em processo, ou work in progress, como preferem alguns. Mesmo na etapa de revisão, ainda penso no livro. Faço várias versões, descarto capítulos inteiros, acrescento outros, descarto até mesmo versões completas, já “prontas”. Isso acontece, acredito, porque procuro sempre a forma mais exata de contar a história. Porque o núcleo duro de cada romance, tenho em mente antes mesmo de escrever a primeira palavra – e o meu trabalho é apenas encontrar a melhor forma.
Comecei a escrever esse livro logo depois que dei o meu primeiro romance, Nossa Teresa – Vida e Morte de uma Santa Suicida, por encerrado. O meu processo de escrita de prosa é um processo lento, porque retorno várias vezes ao que já foi escrito, tanto para cortar como para acrescentar coisas. É um trabalho em processo, ou work in progress, como preferem alguns. Mesmo na etapa de revisão, ainda penso no livro. Faço várias versões, descarto capítulos inteiros, acrescento outros, descarto até mesmo versões completas, já “prontas”. Isso acontece, acredito, porque procuro sempre a forma mais exata de contar a história. Porque o núcleo duro de cada romance, tenho em mente antes mesmo de escrever a primeira palavra – e o meu trabalho é apenas encontrar a melhor forma.
Qual é a história de Aqui, no Coração do
Inferno?
Aqui, no Coração do Inferno é a história de uma menina de 12 anos, no fim dos anos 1980, cujo pai é delegado de polícia de uma cidade do interior. Um dia esse homem leva um prisioneiro para casa, um prisioneiro especial, que ele não pode ou não quer deixar preso na cadeia. Enquanto espera a transferência desse prisioneiro – um garoto serial killer –, a menina narra a experiência de estar tão perto de um assassino e ainda revela suas próprias atividades clandestinas, como remexer nos arquivos e nas gavetas do pai. É uma história sobre crescer, sobre fatos recentes do nosso país e também sobre a naturalização do mal.
Aqui, no Coração do Inferno é a história de uma menina de 12 anos, no fim dos anos 1980, cujo pai é delegado de polícia de uma cidade do interior. Um dia esse homem leva um prisioneiro para casa, um prisioneiro especial, que ele não pode ou não quer deixar preso na cadeia. Enquanto espera a transferência desse prisioneiro – um garoto serial killer –, a menina narra a experiência de estar tão perto de um assassino e ainda revela suas próprias atividades clandestinas, como remexer nos arquivos e nas gavetas do pai. É uma história sobre crescer, sobre fatos recentes do nosso país e também sobre a naturalização do mal.
Conte um pouco como nascem as personagens: elas
antecedem a ideia da história ou vão se adaptando a ela?
Quando o núcleo duro da história surge, alguns personagens já aparecem com ela. Outros vão surgindo por necessidade da própria engrenagem da narrativa. No meu primeiro romance há uma população de personagens secundários que surgiram da necessidade de construção de um burburinho de mundo. Já nesse segundo romance há pouquíssimos personagens “incidentais”, digamos assim. Quase todos surgiram com a ideia inicial.
Quando o núcleo duro da história surge, alguns personagens já aparecem com ela. Outros vão surgindo por necessidade da própria engrenagem da narrativa. No meu primeiro romance há uma população de personagens secundários que surgiram da necessidade de construção de um burburinho de mundo. Já nesse segundo romance há pouquíssimos personagens “incidentais”, digamos assim. Quase todos surgiram com a ideia inicial.
Ainda sobre processo criativo, você tem uma rotina
definida de escrita quando está produzindo um livro? Se tem, como ela é?
Eu não tenho uma rotina definida. Minha rotina é o caos. Talvez fosse ótimo se conseguisse seguir um roteiro, mas, pela própria dinâmica de minha vida pessoal, não consigo. Faço muitas coisas simultaneamente. Porém, no caso da escrita de um romance, por causa daquele processo lento que mencionei, estou continuamente pensando nele, mesmo que não esteja escrevendo. E alterno períodos de escrita frenética com essas pausas, que para mim são muito ricas e necessárias.
Eu não tenho uma rotina definida. Minha rotina é o caos. Talvez fosse ótimo se conseguisse seguir um roteiro, mas, pela própria dinâmica de minha vida pessoal, não consigo. Faço muitas coisas simultaneamente. Porém, no caso da escrita de um romance, por causa daquele processo lento que mencionei, estou continuamente pensando nele, mesmo que não esteja escrevendo. E alterno períodos de escrita frenética com essas pausas, que para mim são muito ricas e necessárias.
Você estreou em romance, com Nossa Teresa –
Vida e Morte de uma Santa Suicida, já premiada. Isso a pressiona em relação
ao segundo romance?
Não necessariamente. Quando terminei Nossa Teresa, muito antes de qualquer indicação e premiação, já comecei a escrever o segundo romance. Tenho algumas histórias para contar.
Não necessariamente. Quando terminei Nossa Teresa, muito antes de qualquer indicação e premiação, já comecei a escrever o segundo romance. Tenho algumas histórias para contar.
E a questão da poesia versus a prosa? Você já
consegue definir bem como se sente em cada um desses “terrenos” literários? Em
qual deles você se sente mais confortável pisando?
Comecei a escrever prosa e poesia ainda na infância, mas, por algum motivo, dediquei-me por um bom tempo mais à poesia – penso que por ter sido mais fácil em algum momento transitar nesse território, que é o território da criança. Contar histórias exige outro engenho, e por longos anos a prosa não foi senão um ensaio, um exercício. Fui aprendendo a ganhar fôlego. A criar mundos mais expandidos. O meu amadurecimento na linguagem poética foi mais rápido, acho que porque não saí da infância: continuo olhando o mundo com o mesmo maravilhamento e espanto. Entretanto, ao encontrar o meu tom na escrita da prosa (e que é um tom cinematográfico), não consigo diferenciar uma postura mais confortável entre um e outro. São processos diferentes, com exigências próprias, às quais atendo ou procuro atender. Nenhum é fácil, mas ambos me ensinam suas prioridades e seus modos.
Comecei a escrever prosa e poesia ainda na infância, mas, por algum motivo, dediquei-me por um bom tempo mais à poesia – penso que por ter sido mais fácil em algum momento transitar nesse território, que é o território da criança. Contar histórias exige outro engenho, e por longos anos a prosa não foi senão um ensaio, um exercício. Fui aprendendo a ganhar fôlego. A criar mundos mais expandidos. O meu amadurecimento na linguagem poética foi mais rápido, acho que porque não saí da infância: continuo olhando o mundo com o mesmo maravilhamento e espanto. Entretanto, ao encontrar o meu tom na escrita da prosa (e que é um tom cinematográfico), não consigo diferenciar uma postura mais confortável entre um e outro. São processos diferentes, com exigências próprias, às quais atendo ou procuro atender. Nenhum é fácil, mas ambos me ensinam suas prioridades e seus modos.
Mesmo que ainda esteja com o novo livro chegando ao
mundo, já tem algum projeto para o próximo?
O romance Aqui, no Coração do Inferno é uma história que está contida numa narrativa ainda maior. Explico: o livro faz parte de uma trilogia que gira em torno desse garoto serial killer. Numa das versões que descartei, havia a narração sob três perspectivas. A dele, já adulto, contando sua formação de assassino; esta, da menina falando sobre ele, preso na casa dela; e a de alguém próximo a ele, um familiar, contando a genealogia de tudo, aquilo que antecedeu o menino. Eliminei essa versão sob três perspectivas por considerar que cada narrador possui força suficiente para contar a própria história. Então optei por publicar Aqui, no Coração do Inferno primeiro, mas estou trabalhando nos próximos, que devem ser publicados entre 2017 e 2019 e se chamam O Peso do Coração de um Homem e O Amor, Esse Obstáculo. De todo modo, esses são projetos que, embora ainda não estejam totalmente prontos, já estão finalizados. Melhor dizendo, já sei todos os rumos que essa grande narrativa terá. O que me interessa mesmo é o livro que virá depois – a história que está guardada, esperando, mas ainda não comecei.
O romance Aqui, no Coração do Inferno é uma história que está contida numa narrativa ainda maior. Explico: o livro faz parte de uma trilogia que gira em torno desse garoto serial killer. Numa das versões que descartei, havia a narração sob três perspectivas. A dele, já adulto, contando sua formação de assassino; esta, da menina falando sobre ele, preso na casa dela; e a de alguém próximo a ele, um familiar, contando a genealogia de tudo, aquilo que antecedeu o menino. Eliminei essa versão sob três perspectivas por considerar que cada narrador possui força suficiente para contar a própria história. Então optei por publicar Aqui, no Coração do Inferno primeiro, mas estou trabalhando nos próximos, que devem ser publicados entre 2017 e 2019 e se chamam O Peso do Coração de um Homem e O Amor, Esse Obstáculo. De todo modo, esses são projetos que, embora ainda não estejam totalmente prontos, já estão finalizados. Melhor dizendo, já sei todos os rumos que essa grande narrativa terá. O que me interessa mesmo é o livro que virá depois – a história que está guardada, esperando, mas ainda não comecei.
M O M E N T O S Sonetos e Poemas por Carlos Celso Uchôa Cavalcante
O MEU EU
Caminhei por estradas
muito extensas
A buscar a real
felicidade
Repeti tantos atos de
bondade
Liberdades eu tive tão
propensas
Os acasos me deram tão
imensas
Suas doses de
oportunidades.
Cri na Força Divina,
sobretudo
Exaltei o poder do
Salvador,
Li na Bíblia que Cristo
Redentor
Sobre nós derramou seu
conteúdo
O poder infinito do
amor.
Usufruí da vida as
alegrias
Carregando as tristezas
sobre mim
Hoje vejo no passar dos
meus dias
O florir de um imenso
jardim
A mostrar-se cheio de
fantasias.
Caminhando ainda
continuo
A procura do que não sei
ainda
Vida longa de trajetória
infinda
A vagar na imensidão
flutuo
Longe da água, no
vendaval, concluo
Coisas belas estou a procurar
As andanças me farão
encontrar
Na beleza que tanto
procurei
Tudo que até hoje não
achei
Em meus dias finais hei
de achar.
CURSINHO PREPARATÓRIO
A Prefeitura de
Sertânia, através da Secretaria de Educação, comunica que estão abertas as
inscrições para o cursinho preparatório para concursos. Aulas de Português,
Matemática, Raciocínio Lógico, Conhecimentos Gerais e Noções de Direito
Constitucional.
Professores competentes
e material gratuito.
As inscrições estão
sendo realizadas na Escola Municipal Isaura Xavier de 29 de junho a 07 de
julho, sempre das 19 as 21h.
Documentos necessários:
RG e CPF.
Início das aulas 03 de
agosto
Seja um vencedor!
Vagas limitadas
Tel. Para contato 87-
991013680/ 996823014.
Magaly Pires
Coordenadora do Cursinho
A CIGANA DE PARICONHAS E A PREMONIÇÃO
Existem pessoas que
querem dar foros de verdade a um caso que é contado como lenda. Diz-se que
Lampião, quando jovem, honesto e trabalhador, encontrou uma cigana bonita e
sorridente, na feira de Pariconhas. Virgolino deu-lhe a mão para ser lida. A
vidente começou a tremer lábios e pálpebras e fez terrível revelação: “tenha
cuidado com o número sete. Ele vai ser a sua perdição”. Até então, Virgolino
trabalhava como almocreve do coronel Delmiro Gouveia, que, por coincidência,
possuía nome e pré-nome com sete letras.
Querem mais
coincidência? Delmiro foi assassinado a tiros, no dia 10 de outubro de 1917.
Lampião morreu nas mesmas circunstâncias, na grota de Angicos, dedurado por um
coiteiro de nome Cândido, no dia 28 de julho de 1938. Angicos e Cândido são
nomes de sete letras. Vinte e oito, o dia da morte de lampião, é múltiplo de
sete. Julho é o sétimo mês do ano. Mil novecentos e trinta e oito tem quatro
algarismo que, somados, totalizam 21, múltiplo de sete. Também foi de 21 o
número de anos de diferença entre as mortes de Delmiro e Lampião.
Mossoró, uma cidade
de sete letras, foi invadida por Lampião às 17 horas da noite de 13 de junho de
l927. A cidade estava em festa, promovida pelo Humaytá, uma instituição
desportiva que possuía sete letras em sua denominação. Também tinha sete letras
o nome do coronel Rodolfo, prefeito de Mossoró, que organizou a resistência
contra o cangaceiro. Lampião, neste cerco, perdeu os cangaceiros Colchete e
Jararaca e ficou com cinco homens seriamente feridos. Teve sete baixas.
Se, supersticioso
como era, Lampião tivesse dado mais atenção às palavras da cigana de
Pariconhas, notaria que, na realidade, o número sete tinha muito a ver com a
sua vida. Lampião, capitão, cangaço, são exemplos de nomes que possuíam este
número de letras. Ele conheceu Maria Bonita no interior da Bahia, em Santa
Brígida. O nome da santa já não seria um aviso do destino? A metralhadora que
ceifou a vida do cangaceiro era da marca Hot-Kiss, outro nome de sete letras
funestas, ligado ao destino do cangaceiro.
Lampião entrou para
o cangaço aos 24 anos. Cerrou fileiras no bando de Sinhô Pereira (será que
Pereira não tem sete letras?), que abandonou a vida de bandoleiro e retirou-se
para Goiás. Corisco, um dos cangaceiros de maior confiança de Lampião, morreu
dois anos após o cerco de Angicos. Quantas letras tinha o nome de Corisco?
Abrahão era um libanês que vivia em Juazeiro, ajudando padre Cícero. Foi ele
quem, pela primeira vez, conseguiu a permissão de Lampião para fotografar o
bando, em 1935. Abrahão é o sétimo patriarca da Bíblia. O nome do fotógrafo de
Lampião também tinha sete letras.
Saiba mais – Antes
de invadir Mossoró, Lampião enviou um bilhete ao prefeito e não obteve
resposta. Mandou um segundo, nos seguintes termos: “Coronel Rodolpho, estando
eu aqui pretendo é dinhero. Já foi um aviso, aí para os sinhoris, se por acauso
rezolver mi mandar a importança qui aqui nos pedi. Eu envito de entrada ahí
porém não vindo esta importança, eu entrarei, até ahí penço qui adeus querer eu
entro e vai aver muito estrago, por isto si vir o dinhero eu não entro ahi, mas
resposte logo. Ass. Capm Lampião.
Rodolfo Fernandes
tinha 150 homens bem armados esperando Lampião. O recado veio. Dizia que a
cidade tinha o dinheiro. Lampião que fosse buscar. Um dos homens de Rodolfo era
o cabo Damião do Pilão, ex-cangaceiro, conhecedor profundo dos hábitos daqueles
que ameaçavam Mossoró. Depois de ver as balas esfacelar a cabeça de Colchete e
não poder evitar a prisão de Jararaca, Lampião ordenou a debandada. Jararaca,
que era ex-militar e se chamava João leite de Santana, foi colocado ferido
sobre uma mesa e submetido a um julgamento sumário. Os maiorais de Mossoró
decidiram que ele deveria morrer. Levado para o cemitério local acabou
enterrado vivo, após receber uma cutilada desferida por um soldado.
Festival para crianças abre temporada dos grandes eventos (Por Romildo Moreira)
Anualmente, o segundo semestre é repleto de festivais
de artes cênicas na capital pernambucana e o Festival de Teatro Para Crianças
do Recife, realizado pela Metron Produções, é quem dá a largada a esses
eventos. Na sequência, virão: a Mostra Brasileira de Dança, que acontecerá no
período de 29 de julho a 07 de agosto; o Festival Estudantil de Teatro e Dança,
em agosto; a 7ª Mostra de Circo do Recife, no mês de setembro; o 21º Festival
de Dança do Recife, em outubro e o 18º Festival Recife do Teatro Nacional, em
novembro. Em sua décima terceira
edição, o Festival de Teatro Para Crianças do Recife traz uma programação
plural em estilos de apresentações, totalizando 23 récitas, espalhadas por
espaços como o Teatro de Santa Isabel e o Teatro Luiz Mendonça, assim como no
mais novo teatro da região metropolitana, o Teatro Experimental Roberto Costa,
que estará funcionando no Paulista North Way Shopping. – Que bom dá a notícia
da abertura de um teatro e que já inaugura com uma programação de peso e local.
Parabéns ao artista empreendedor Roberto Costa e à coordenação do Festival pela
ocupação do espaço, contribuindo assim com a sua divulgação.
Driblando as dificuldades orçamentárias para o festival em 2016 acontecer, a
Metron Produções está contando com a parceria de todos os grupos e companhias
teatrais participantes da programação, e da mesma forma, da equipe de produção,
que não mede esforços para que esta XIII versão faça tanto sucesso quanto as
anteriores. Em mês de férias escolares das crianças, torna-se imprescindível
conferir os espetáculos conforme indicação a baixo.
Como de práxis, no XIII Festival de Teatro Para Crianças do Recife também
haverá homenagem a uma personalidade do teatro pernambucano. E desta feita o
eleito foi o ator e diretor Paulo de Pontes, merecidamente, que mesmo residindo
em São Paulo desde 2004, não fica ausente da ribalta recifense por muito tempo,
a exemplo da última versão do Janeiro de Grandes Espetáculos e exibe em seu
currículo, orgulhosamente, como costuma dizer, nos 32 anos de dedicação a este
universo artístico, mais de cem espetáculos, sendo a maior parte deles
destinados a crianças e jovens. Atualmente Paulo de Pontes integra o elenco
fixo do grupo paulista Os Fofos Encenam e a partir do dia 02 de julho estará em cartaz no Teatro João Caetano, na
capital paulista, com o espetáculo “O menino e as cerejas”, de Stella Tobar. Como já vimos dizendo neste espaço, da importância dos festivais para o
movimento das artes cênicas, aqui e em qualquer parte do território nacional,
tanto pela questão da circulação dos espetáculos quanto por possibilitar o
acesso ao público local de uma programação que não estaria em pauta na cidade
se não fosse o evento, acrescido ainda de trabalho e renda para atores,
diretores e técnicos de espetáculo, além de tudo isso, o Festival de Teatro
Para Crianças do Recife tem um quê a mais: é um dos poucos festivais
inteiramente dedicados ao público infanto-juvenil no Brasil. E isso significa
muito em questões como a renovação de público para o teatro e complemento
cultural na formação intelectual dessa plateia. – Nunca me canso de repetir a
seguinte frase: “Se a escola educa, o teatro instrui, e juntos, formam cidadãos
melhores e culturalmente mais preparados para a labuta na vida”. – É de jovens
bem preparados para a configuração do Brasil do amanhã, o
que mais necessitamos agora. Toda a programação do XIII
Festival de Teatro Para Crianças do Recife poderá ser conferida no site:
www.teatroparacrianca.com.br .
DICAS DE ESPETÁCULOS EM
CARTAZProgramação do XIII FTCR:
“A Revolta dos Brinquedos”, com a Circus Produções Artísticas.
Local: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu).
Dias: 02 e 03/07/2016, às 16h30.
Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 988590777
“O Pequeno
Príncipe”, com a Cia. do Riso (Foto acima).
Local: Teatro Experimental Roberto Costa (Paulista North Wae Shopping)
Dias: 02 e 03/07/2016, às 16h30.
Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00.
Local: Teatro Experimental Roberto Costa (Paulista North Wae Shopping)
Dias: 02 e 03/07/2016, às 16h30.
Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00.
PUBLICADO em 01/07/2016 POR Revista Algomais
FERIDAS OCULTADAS MAS NÃO INVISÍVEIS
Artista guatemalteca, em um único vídeo, discute os regimes
totalitários, a destituição Indígena em seu país e o contexto de exploração da
mulher. Uma mulher está rodeada de terra. Seu tronco geométrico, desnudo.
Estática, ela tampouco parece ter alguma coisa que vista sua mente.
A paisagem é de um
verde vivo, como se a vida estivesse próxima – todavia, parece perdida na
tentativa de viver.
Vê-se de um armazém
de perguntas. Um trator entra em cena e revela uma mão possessiva e agigantada
– cuja função é tomar, e tomar tudo.
A cena segue. O corpo
da protagonista e seus olhos se configuram como coisa petrificada e morta,
diante da indiferença sentida somente por aqueles que estão à mercê do
sofrimento. Corpo e olhar, neste contexto, seguem à frente desse outro
desconhecido, cujo domínio configura-se como sua única instância de ação.
É um pouco com esta
dinâmica que o trabalho da guatemalteca Regina José Galindo se estrutura. Para
tratar a desigualdade e as lutas enfrentadas por mulheres em todo o mundo, a
artista utilizou relatos do genocídio e dos poucos destroços restantes de uma
terra arrasada, o seu próprio país.
Segundo a autora, a
população local não quer enxergar a real tragédia que enfrentou durante a
enorme guerra civil (1960 – 1996), e a elite local é condescendente com o que
ocorreu.
“A maioria da
população está a favor da repressão, do assassinato, da brutalidade e da morte.
A maioria dos guatemaltecos, com os três dedos que é capaz de enxergar à sua
frente, aprovam o genocídio”.
Esquerda comunista
Regina explica que
havia uma gigantesca - e infundada - articulação política e cultural para o
extermínio ocorrido, partindo da justificativa da Guerra Fria e do apoio
estadunidense – com um discurso de que era necessário lutar contra a “esquerda
comunista” personificada nos índios daquele país.
“A oligarquia e as
pessoas ricas da Guatemala se aproveitaram da conjuntura de guerra para
seguirem atacando e ficarem com a maioria das terras dos povos indígenas”,
ataca.
O massacre
sistemático e deliberado dessas comunidades constituiu um dos maiores terrores
das histórias do mundo e da Guatemala. Tropas de soldados do exército e
guerrilheiros civis chegavam aos povoados indígenas e destruíam tudo o que
podia ser útil para viver: animais, plantações, comida etc.
Há relatos de que os militares
utilizavam uma retroescavadeira e faziam fossas comuns de grandes dimensões.
Depois, enterravam vivos os pertencentes ao povo Maia da região. Este processo
é o que configura a entrelinha artística de Tierra, trabalho da
artista que serve como documento e denúncia a essas violações. Durante a Guerra
Civil da Guatemala, o massacre de populações indígenas esteve latente e feito
por ambos bandos envolvidos na peleja. Somente em 2013, ano em que Regina
construiu o vídeo, o povo Ixid pode testemunhar sobre este capítulo doloroso de
sua história, responsável pela morte de mais de 1,7 mil nativos. A conclusão do
tribunal foi a de que Montt utilizara a fome e a destruição moral como armas
militares. Os informes do processo apresentam violações absurdas como meninas
apunhaladas pelo pescoço, pessoas amarradas a suas casas e queimadas por
soldados, bebês com cabeças destruídas por baionetas.
O vídeo Tierra foi
parte da exposição Las
invencibles: el trabajo de la mujer nunca se acaba, exibida em
Santiago do Chile pelo centro cultural Matucana 100 (m100.cl)
Arte e tragédia
humana
O trabalho da
performer e poeta é uma maneira praticamente sublime e paradoxal de lidar com
este luto. Utilizando imagens esvaziadas, com uma dor nascida a partir do
silêncio, ela esmiuça este drama humano que alguns sabem, mas poucos querem
enxergar.
Com cores vivas e
fortes, Regina José Galindo resgata elementos políticos e lamentáveis do
contexto latino-americano. Rememora também toda a condição feminina frente à
imposição cultural opressiva em toda a cultura latina, que exacerba a agressão
e a servidão.
Mais do que retratar
a violência histórica do continente e de seu país, a artista visual engorda a
discussão dos abusos contidos nas relações de poder, fortemente vigentes em
nosso universo contemporâneo – em especial nos países subdesenvolvidos.
Os erros do passado
seguem como uma ferida que a humanidade não pode repetir no futuro e, ainda que
de olhos tapados, precisa ver.
*
Texto disponível em
espanhol em Nicotina &
CafeínaDÊNIS MATOS
se fumar é uma maneira discreta de ir queimando as desilusões perdidas, e o café é uma poção mágica para ler e entender o mundo, escrever com nicotina & ca
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